fevereiro 28, 2007


A Morte da Arvore

Vivaldo Beldade

Leio nos teus ramos desnudados
e nas hastes quebradas
a luta travada na noite em que tombaste.
As tuas veias sem sangue
trazem-me aos sentidos a sinfonia da morte
no último acorde da tempestade.
Arvore agonizante,
eu sinto a dor da última folha que te abandona
e a prece desesperada do fim
na última lágrima que aspiras à terra.

Dedico esse curto poema a perda de um querido amigo.
Acho que nunca esperamos um adeus definitivo,
Nunca estamos preparados para esse momento
pois esta é uma fraqueza humana ingrata, inata.
Fica a Saudade,
águas passadas que se acumulam

em nossos corações, inundam nossos pensamentos,
transbordam por nossos olhos,
deslizam em gotículas de lembranças que por fim,
morrem na realidade de nossos lábios.